Warlock 2 certamente é um daqueles jogos injustiçados pela crítica (o que infelizmente fez/fará que não haja um Warlock 3) - O jogo aprofunda muito a dinâmica já iniciada no seu antecessor. Se em termos gráficos não há tanta alteração, há um avanço na história. Em Warlock 2, ao invés da disputa por ver quem será o mago mais poderoso do mundo, você precisa unificar diversos povos de planos diferentes de existência para tentar reconquistar o mundo que já foi conquistado por um rival seu. O jogo continua tendo a combinação perfeita entre "civilization" e magia/imaginário, sendo um verdadeiro herdeiro de Masters of Magic. Os principais pontos de crítica que o jogo sofreu são de fãs de civilization (como eu) mas que esperavam que Warlock fosse mais civilization do que ele desejou ser. Entretanto cada um dos "defeitos" apresentados pelos críticos não é um defeito em si, uma vez que o jogo não deixou que acontecesse por acaso, mas meticulosamente faz todo sentido na dinâmica do jogo e no universo imaginário que aquilo esteja lá. Por exemplo os elementos narritivos estilo RPG, o jogo é uma campanha para retornar ao seu mundo, faz sentido que a sua história pessoal e desafios pessoais se misturem com o controle do seu império. A questão de desafios que surgem "do nada" e de forma "inesperada" como dragões de duas cabeças conjurados ao lado de sua fortaleza principal pelo mago que dominou o primeiro mundo citado. Oras, civilization também tem suas unidades militares que surgem "do nada" os bárbaros. A diferença é que pela lógica de civilization eles surgem "de terras remotas" ou seja, locais que tinham fog of war, suas unidades não estavam vigiando. Já em Warlock 2 eles surgem ao lado da sua fortaleza principal com força arrasadora ... mas é um universo mágico, de teletransporte para outras dimensções, e você está indo destronar o feiticeito mais poderoso do mundo, você também pode conjurar seres em pontos específicos do mapa quando tiver pesquisado feitiços suficientes para isso e tiver recursos suficientes para isso, então o maior de todos os magos certamente teria mais poder para fazer esses "sustos" tentando impedir o seu progresso. Dizem que isso impede que você se programe de forma adequada para evoluir no jogo .... será que justamente saber que essas coisas podem acontecer não é justamente o que o jogo espere que você faça? Com relação as unidades que são absurdamente mais poderosas que um exército inteiro. Oras, Civilization é um jogo de combate "humano, histórico e real" então o equilíbrio ou desequilíbrio é muito mais de técnica ou de recursos ou de quantidade de tropas, mas estamos falando de um universo imaginário fantástico. Imagine Senhor dos Anéis, será que um Gandalf a mais ou a menos faria diferença? Cada unidade de força desproporcional no jogo tem o seu sentido, inclusive a tropa de camponeses que em determinado momento se revoltam e em turba enfurecida saem atacando tudo (e são quase invencíveis porque quando se mata eles surgem de novo) - uma multidão enfurecida (que inclusive fere a sim própria quando ataca) mas é difícil de ser vencida porque tem muitos pontos de vida, e quando morre "se espalha mas volta a se reorganizar depois" me parece algo bem provável para se imaginar em um universo fantástico .... sim, indico Warlock 2 ... sim, ele é um "civilization" no mundo fantástico ... e não, você não pode jogar ele com a mente civilization ... e isso é um desafio a mais, interessante não?