Zadoque
Victor   Criciuma, Santa Catarina, Brazil
 
 
‎"Houve um tempo na minha vida em que estive sentado diante deuma mesa farta, um verdadeiro banquete!O deleite já começava pelos olhos... o que eles contemplavam era algo lindo: uma mesa magnificamente adornada, taças de cristal combordas e bases de ouro, bandejas de prata, louças das mais finas,arranjos florais belíssimos! Ao estender as mãos sentia na pele a maciezda toalha de seda. Logo o jantar estaria servido, um sublime aroma subia pelos ares invadindo minhas narinas. Soberbo! O aroma prenunciava o restante...era difícil conter a expectativa, a vontade quase incontrolável de saborear o quanto antes aquelas iguarias exóticas, bem preparadas, de sabor certamente tão inigualável quanto o seu cheiro!A única coisa capaz de conter a ansiedade era reclinar-me nasconfortáveis poltronas que circundavam a grande mesa, revestidas develudo vermelho. E escutar... ao fundo... uma melodia agradável...suave... que me fazia experimentar uma tranqüilidade na alma, umasensação de acolhimento, e me punha viajando nos seus acordesdiferentes, inumanos.Enfim, o jantar!Quando provei a primeira iguaria senti um sabor nunca antesexperimentado!... Eu gostaria de continuar vivendo apenas para estar ali,naquele lugar, provando daquelas coisas.Porém... muito tempo depois... soube que aquele banquete estavaenvenenado... nada visível aos olhos, muito menos detectável por qualquer sentido humano. Mas lentamente me matava, com veneno letal,fazendo-me sofrer cada dia mais... vagarosamente roubava a vida...sugava-a inexoravelmente... e com muita dor. Tudo aquilo pelo que vivinão me trouxe vida, mas morte.

Isso é o que o inimigo das nossas almas faz. Engana nossos sentidos. Nos faz crer que desfrutamos o melhor... quando na verdadeestamos sendo contaminados por um veneno malévolo que nos levará àMorte Eterna"

Daniel Mastral
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