Lord-SephirothVI
Raul   Sao Paulo, Brazil
 
 
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Bloodstained: Ritual of the Night
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Antes de começar a análise, gostaria de ressaltar que eu joguei o game com duas restrições na Draconian Quest que é basicamente o modo Hard do game; as restrições são dos monstros serem mais fortes e dos monstros de level mais baixo darem menos experiência, recomendo para quem jogue começar pelo menos com a "restrição" dos monstros serem mais fortes, pois nesse modo você é mais direcionado a utilizar todos os recursos do jogo e de forma eficiente, tornando a experiência muito mais concreta, se você estiver achando muito difícil há a opção de retirar as restrições, mas tenha em mente que ao fazer isso você não poderá mais colocar as mesmas nesse Save .

Outro ponto que desejo ressaltar é que eu completei o game 100%, fiz todas as conquistas e ao todo demorei 183 horas, porém confesso que enrolei em muitos pontos e deixei o jogo em aberto, por este motivo creio eu que o tempo para completar o jogo 100% varia entre 100 e 200 horas.

Dragon Quest para quem não conhece é considerado o pai dos JRPGs e o precursor do estilo de jogabilidade baseada em turnos, porém, diferente de outras franquias do gênero, Dragon Quest se mantém tradicional e essa tradição é o elemento principal que estrutura boa parte do décimo primeiro título da franquia principal, podemos observar esses elementos na própria Gameplay que se mantém igual aos antecessores, com alguns elementos diferentes que serão abordados mais pra frente; o design das personagens e da arquitetura continuam sendo desenhados pelo Akira Toryama, por este motivo a similaridade com personagens de Dragon Ball e outras obras do autor acompanha o olhar do jogador do começo ao fim da aventura, sendo este elemento presente desde os primórdios da franquia.

A trilha sonora composta por Koichi Sugiyama é talvez um dos pontos fracos deste título em particular, ao mesmo tempo em que é um ponto forte...

O ponto forte é que é nostálgica, para quem jogou os jogos antigos, neste novo irá se deliciar com extensos arpejos do mestre compositor que criam toda uma característica própria e marcante na trilha sonora, muitas composições mais antigas dos jogos passados estão de volta, ao passo que novas dão as caras, sendo em sua maioria composições muito belas, há, porém, algumas composições que foram obviamente feitas com menos ou pouco capricho, digo isso baseado na comparação aos jogos anteriores, isso é claro uma opinião muito pessoal e subjetiva, mas ainda assim válida.

Além do ponto fraco já citado da falta de inspiração para algumas composições, também temos outros destes pontos fracos, como o fato da trilha sonora ser totalmente feita por sons sintéticos (MIDI), este fato é realmente muito desagradável, se você como eu jogou o Dragon Quest VIII no glorioso Playstation 2 , pode se decepcionar, assim como me decepcionei, com a qualidade da trilha sonora, sendo esta realmente muito inferior, mesmo quando comparamos com os antigos Dragon Quest é realmente muito decepcionante ver um título Triple A apresentar um trabalho final assim e isso não é nostálgico, achar que uma trilha sonora ser similar ao som de 8bits para uma suposta nostalgia no jogador não é válido ao meu ver, até porquê não foi este o motivo que levou a Square a utilizar este tipo de som sintético, não tiro a culpa deles porém, no vídeo que deixarei há uma explicação para a trilha sonora deste game estar deste jeito, tenha em mente que este vídeo está em inglês:

https://www.youtube.com/watch?v=xfdFU3O3nf8&

Recomendo fortemente a quem jogar, utilizar o Mod que acrescenta trilha sonora orquestrada ao jogo, a instalação é bem simples:

https://gtm.you1.cn/sharedfiles/filedetails/?id=1521444556

Em relação a história e enredo do jogo; posso dizer que o enredo é tradicional, você não verá algo muito ambicioso e se está acostumado com enredos super bem elaborados e universos super ricos em detalhes, como muitos jogos contemporâneos oferecem, você pode se decepcionar um pouco, mas se você jogar o jogo e entender que o enredo está lá para ser apreciado de forma diferente, não focado na complexidade mas sim, num estado mais leve, caloroso, engraçado e nostálgico, então você vai aprender a apreciar este enredo maravilhoso. A verdade é que Dragon Quest está te convidando para um passeio no parque, umas férias na praia e não para um estudo das obras literárias de Tolkien, esse ambiente mais descontraído e convidativo é apresentado não somente na construção do enredo, mas também na sua música, no design das personagens e na jogabilidade, por tanto o que foi dito aqui sobre enredo também pode ser dito sobre os outros elementos. A história do jogo em muitos momentos remetem a games mais antigos da franquia, por isso a construção do universo é uma expansão dos primeiros jogos, sem muitos spoilers quem teve a oportunidade de jogar estes mais antigos, irá se sentir confortável e nostálgico neste parte.

Ainda falando sobre enredo e história, acredito que há uma clara possibilidade de melhora para a forma de como tudo é contado e também em relação a criatividade deste enredo, na maior parte das vezes caímos em clichês que ao meu ver poderiam ser reduzidos ou até mesmo extintos, sem afetar a tradição e nostalgia, há também alguns fatos estranhos sobre as reações das personagens e também de algumas situações específicas que achei mal feitas e estranhas, mas nada disso estraga a experiência do game que têm muito à oferecer além disso.

E finalmente sobre a Gameplay , há poucas mudanças em relação aos anteriores, tirando o fato de que este possui o chamado Pep Status , neste estado a personagem apresenta um aumento em status básicos que variam em tipos e personagens, ao chegar nesse estado é possível utilizar golpes especiais que também podem combinar com outras personagens que também tenham entrado no Pep Status , este status ocorre por meio de aleatoriedade e é intensificado conforme o player leve dano e ataque. Quem gosta e está familiarizado com o jogo baseado em turnos, se sentirá em casa aqui, isto atrelado a dificuldade elevada do Draconian Quest traz uma experiência incrível, este foi, sem dúvidas um dos JRPGs de turno mais difíceis que já joguei na vida, ressalto novamente o fato da possibilidade de retirar esta dificuldade a hora que quiser, mas recomendo fortemente. Cito também o fato de haver muitas possibilidades para as lutas e diferentes armas e maneiras de jogar, até porque o jogo possui um número considerável de personagens, isso tudo é um atrativo muito bom.

O game apresenta algumas outras novidades na gameplay como a possibilidade de colecionar itens pelo cenário e até mesmo novidades surpreendentes para uma série tão tradicional, sendo uma delas a montaria de monstros depois de derrotá-los, muitas vezes sendo necessários para passar de uma dungeon e para colecionar outros itens, esta novidade é muito interessante pois os monstros são bonitos de se ver e as paisagens exuberantes.

Por falar em paisagens, devo comentar sobre os gráficos do jogo que estão lindos, como foi falado o design das personagens é feito por Akira Toryama e o jogo é praticamente um desenho vivo com lindos gráficos dignos de jogos atuais.

Minha nota final para o jogo é 8.5/10, uma experiência incrível que todos os amantes de JRPG devem experimentar, a obra apresenta alguns pontos fracos como qualquer outra, mas isso não estraga de forma alguma a nostalgia e a sensação que a obra traz, o estilo característico da obra é um verdadeiro deleite, a jogabilidade é incrível, porém, ainda há a possibilidade de melhoras no meu ponto de vista em detalhes do enredo, na quebra de alguns clichês e também na trilha sonora que poderia ser melhor e orquestrada, felizmente temos mods para isso, recomendo fortemente o jogo.
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