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Évaluation publiée le 9 nov. 2020 à 18h36
Mis à jour : 26 nov. 2020 à 10h56

Jogo: Detroit: Become Human
Gênero: Ação, Drama Interativo
Desenvolvedora: Quantic Dream
Distribuidora: Quantic Dream
Data de lançamento: 18 de Junho de 2020

ENREDO:

Detroit, 2038. A CyberLife, fundada pelo cientista Elijah Kamski, criou androides equipados com inteligência artificial capazes de falar e se comportar como seres humanos, além de serem fisicamente muito semelhantes. A ideia era criar máquinas que pudessem realizar tarefas rotineiras e servir os humanos de acordo com suas necessidades, mas logo de início é perceptível o dilema moral que cada androide carrega dentro de si, continuar servindo os humanos, ou ser livre para tomar as próprias decisões. Bem, não é de hoje que o tema "Inteligência Artificial" vem sendo abordado pela indústria de entretenimento. "Blade Runner", "O Exterminador do Futuro", "Eu, Robô" e inúmeras outras obras audiovisuais e literárias exibiram suas versões de um futuro compartilhado com máquinas. Ao contrário da maioria delas, o jogo da Quantic Dream assume um tom menos apocalíptico, nos levando a refletir sobre nossas ações, crenças e, acima de tudo, a condição humana. Mas afinal, como seria um mundo onde nós, humanos, tivéssemos de conviver lado a lado com androides inteligentes? É inevitável, a tão temida IA está sendo aprimorada a cada dia, ao ponto de influenciar em decisões importantes no nosso cotidiano (Google que o diga). Detroit: Become Human, segue essa linha de raciocínio e traz um enredo repleto de reflexões sobre o assunto, além de uma trama envolvente.

A trama envolve debates de temas polêmicos como a substituição de trabalhos manuais por um serviço automatizado, governos em conflito e até mesmo a violência doméstica. A forma com que isso é abordado usa sempre os androides Connor, Kara e Markus no meio dessas questões. Cada um deles possui sua própria história:

Connor é um modelo RK800, recém-lançado pela CyberLife para auxiliar a força policial na busca e apreensão de divergentes (nome dado às máquinas que, por um suposto mau funcionamento de software, começaram a agir por conta própria, sem obedecer aos humanos). O que mais chama atenção em seu arco é justamente as questões morais relacionadas a investigar, perseguir e prender robôs que, como ele, são alvos de preconceito e agressões.

Kara é uma androide do modelo AX400, mais tradicional, especialista em lidar com as tarefas de casa e cuidar de crianças. É o que a dócil e solitária menininha Alice tem de mais próximo de uma mãe; por isso, Kara faz de tudo para protegê-la dos abusos de Todd, um pai viciado e impulsivo que vive no fundo do poço e alega ter sucumbido em sua carreira profissional por conta do desenvolvimento dos androides.

Por fim, Markus é um RK200 feito sob medida por Kamski para cuidar de Carl Manfred, um pintor renomado e amigo íntimo do fundador da CyberLife. Nesse arco, homem e máquina têm um relacionamento de muito respeito, a ponto de Carl dizer a Markus para que ele "nunca deixe ninguém dizer o que você deve ser". Com um intelecto mais desenvolvido, por assim dizer, é Markus o responsável por liderar a insurgência de robôs rebeldes e insatisfeitos que cria a tensão do enredo de Detroit.

JOGABILIDADE:

A jogabilidade de Detroit: Become Human segue a linha adotada pela Quantic Dream em outros títulos da produtora. Basicamente ela funciona como em jogos do gênero "point and click", onde basicamente você precisa locomover seus personagem e procurar pistas pelo cenário. Um elemento que se agrega a jogabilidade é a combinação de comandos em determinadas cenas (Quick Time Events), onde basicamente você precisa apertar os botões que surgem na tela no momento exato. Outro ponto positivo do jogo é a sua área de exploração, que lhe permite encontrar mais elementos para complementar suas ações. Por exemplo, ao examinar a cena de um crime, Connor pode vasculhar cômodos e outras áreas do cenário para entender melhor o que aconteceu. O mesmo vale para Kara, que pode optar por se esconder em diversas áreas, não sendo obrigada a optar por um local predeterminado.

Você constrói o seu roteiro. O jogo traz um diagrama que mostra a linha escolhida por você para alcançar o objetivo principal, essa mesma linha traz uma série de ramificações que influenciam diretamente no objetivo principal daquele capítulo. Por exemplo, você pode optar por moldar a personalidade de um androide de uma maneira que ele seja bastante hostil. Essa linha de hostilidade vai afetar seu relacionamento com outros personagens e até mesmo a maneira com que seu caminho irá cruzar com o dos outros protagonistas. Além disso, esse diagrama mostra todos os caminhos opcionais que, por conta das decisões tomadas, não foram seguidos naquele momento. Isso instiga o jogador a iniciar um novo jogo procurando caminhos alternativos aos que foram traçados na primeira vez, criando um fator replay interessante.

GRÁFICOS:

Detroit utiliza a captação de atores reais para produzir seus personagens. Com isso, não é preciso dizer o quanto cada um dos androides ficou bem reproduzido dentro do jogo. Com sua nova engine, a Quantic Dream fez um trabalho impecável, registrando à perfeição as expressões de Jesse Williams, Valorie Curry e Bryan Dechart, que dão vida a Markus, Kara e Connor, respectivamente. É possível ver que eles estão determinados, frustrados, indecisos, pensativos, chateados e felizes apenas observando seus rostos. As expressões faciais, olhares, sincronização de diálogos, tudo é muito bem encaixado e passa ao jogador a sensação de estar participando de um filme. Já no menu inicial dá para levar um susto, no bom sentido, com a naturalidade da androide que nos é apresentada (Chloe).

Todo esse cuidado também foi aplicado na construção dos cenários e da ambientação. Efeitos de iluminação global e de profundidade somados a shaders de chuva e neve tornam tudo mais real. Com uma incrível mescla de elementos futuristas, carros voadores, telas transparentes e engenhocas coloridas, junto a construções dos dias atuais, o game consegue convencer o jogador de que o futuro não tão distante finalmente chegou.

TRILHA SONORA:

O game apresenta uma trilha sonora feita por três compositores, única para cada um dos protagonistas, que combina com os personagens e dá o clima ideal para a narrativa, seja em momentos dramáticos, seja em perseguições frenéticas. A dublagem está sensacional e conta com vozes bem selecionadas, além de interpretações bastante convincentes. A Quantic Dream fez bonito, o jogo se mostra bem trabalhado não somente na parte gráfica, mas na sonora também.

OTIMIZAÇÃO:

Esse é um ponto em que a produtora não foi competente. O jogo possui problemas de otimização e sofre de "crashes" e "stutterings" desde a sua data de lançamento inicial. O fato é que, até o momento, ainda é difícil não se deparar com os problemas citados, mesmo que ocasionalmente. É frustrante não conseguir jogar com fluidez em certos momentos, mesmo em PC's com configurações mais robustas. Se tratando de otimização, pode-se afirmar que esse é um péssimo port.

CONCLUSÃO:

Detroit: Become Human possui uma trama envolvente e repleta de críticas sociais, esse com certeza é o melhor roteiro já escrito por David Cage. A temática é extremamente atual e expõe um futuro que bate à porta, além de encobrir questões mais complexas sobre como reagimos ao que é diferente em relação a condição humana. Você se sentirá motivado a jogar não apenas uma vez, já que as suas decisões mudam (e muito) o desenrolar da história. A sensação de que cada escolha nos leva a uma consequência aliada a um dos melhores gráficos dessa geração nos faz imergir na narrativa e sair dela pensativos, chocados, felizes, tristes... Tudo depende de como você escreverá a sua história.

Enredo: 10
Gráficos: 10
Jogabilidade: 10
Trilha Sonora: 10
Otimização: 6
Dificuldade: 8

Nota final: 9/10
RECOMENDADO!
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