Se a expressão "Mano, isso é tão Black Mirror" fosse um jogo, ela provavelmente seria Orwell.

Um game muito bom, história super envolvente, viciante, cheia de plot twists, e o melhor: VOCÊ É TOTALMENTE RESPONSÁVEL POR ELAS! Em alguns momentos é capaz até da pessoa ficar perdida (e com o coração na mão) vendo as opções de rumo que a história irá tomar, e isso, sem sombra de dúvidas, é um ponto extremamente positivo.

A jogabilidade é excelente e logo de cara já dá pra pegar bem o jeitinho da coisa. Nos primeiros plantões o "Conselheiro" irá te ajudar em alguns pontos e dizer de maneira mais óbvia se a sua ação foi necessária ou não. Mas com o passar da lore, você vai tendo que analisar as decisões que toma de maneira um pouco mais independente. A questão da mudança de páginas dentro do Orwell também é muito boa, dá pra navegar entre os dados das "Pessoas Alvo" de maneira muito fluida e isso ajuda com que você não perca a linha de raciocínio e se concentre bem no objetivo, o que é algo MUITO necessário nesse game. E falando sobre eles (objetivos) o sistema Orwell te dá tarefas específicas pra fazer durante o plantão, mas essas tarefas dependem de outras ações e investigações secundárias que, em algumas horas, ficaram bem implícitas, então uma dica é: Tente jogar um plantão completo por vez, ou você pode ficar meio perdido se resolver parar no meio e voltar, mas isso é bem relativo então fica a seu critério.

Curti bastante o estilo visual do game, meio clean. As páginas da Web, interface do sistema Orwell, as manchetes do TNB, os avatares dos personagens, e etc. são bem legais e bem feitos, mas uma ferramenta que seria muito interessante é a função Modo Escuro. O tema do jogo basicamente em tons azuis, branco e off-white são visualmente confortáveis de primeira, mas com o passar do tempo, o fundo claro começou incomodar um tantinho, inclusive precisei sair um pouco do jogo para descansar os olhos por conta disso (e essa breve experiência me rendeu aquela afirmação ali em cima sobre tentar completar um plantão inteiro antes de sair do Orwell). Mas novamente: isso é algo relativo.

A OST é bem nice, música ambiente, em alguns momentos de tensão ela dá uma acelerada, até um sustinhos nas primeiras vezes, mas logo você acostuma, e até começa a usar ela pra perceber se está indo pelo caminho certo (mas não se preocupe, o Conselheiro te ajudará mais efetivamente). Apesar disso, se quiser pôr a sua playlist favorita pra tocar enquanto joga, não tem problema. É um game em que jogar mutado é totalmente aceitável.

Agora um detalhe que eu gostaria de ressaltar (não é negativo, é neutro...): A questão do uso dos xingamentos e etc. nas conversas dos indivíduos. Sim, é um ponto que é avisado de antemão na Classificação Indicativa e na descrição do game então fica óbvio que isso vai ser bem recorrente dentro da história, e de fato, esse detalhe deixou o jogo bem mais realista. Mas seria bem legal uma ferramenta que permitisse o jogador filtrar essas palavras mais "reais" (talvez trocando algumas letras por ***, e sim, isso faz diferença quando a pessoa não usa essas palavras no dia a dia kkkk). Fora esse pequeno detalhe, tudo nice!

Estava de olho nele faz um tempinho e acabei ganhando de presente do ThatMillosAgain .

"Mas Alaninha, ele vale o full price?"
Sim, vale. Vale muito. Mas só se você aprecia mais a história do que o tamanho da história. Acho que dependendo do quão motivado você esteja, dá pra fechar o primeiro final em uma média de 2~3h. Mas como ainda há outras rotas de jogo, esse tempo aumenta mais.

Em sumo: Uma ótima adição á biblioteca, com um história super bem feita e detalhes muito bem pensados.

Super recomendado. ;)

Agora aqui pra nós: As screenshots do game na página da loja tem uns spoilers VIOLENTOS hein, poderiam melhorar isso aí... :v